sexta-feira, 18 de abril de 2008

PERIGO PARA OS BLOGS!

Atenção blogueiros, alguns links de terceiros em forma de imagem, contadores ou textos, podem infectar o seu blog com parasitas que fazem com que spyware, malware e pop-ups indesejáveis (inclusive imagens pornográficas) apareçam na tela dos computadores dos leitores, podendo introduzir vírus. Por vezes os sintomas da infecção podem ser percebidos com uma linha verde que aparece abaixo de algumas palavras nos posts.

Passei por esta constrangedora dificuldade a pouco tempo, solucionando a partir das instruções técnicas do Blogger. Transcrevo abaixo as orientações:

"Se os leitores estiverem reclamando que seu blog está acionando anúncios, pop-ups ou downloads de software indesejados, mas você não estiver fazendo isso intencionalmente, é possível que um recurso adicional de terceiros em seu blog tenha incluído um código e efeitos adicionais que você não esperava quando o adicionou ao seu blog. Eles podem ter a forma de contadores, tagboards ou anúncios. Esses tipos de recursos adicionais violam os Termos de Serviço do Blogger e devem ser removidos. Para fazer isso, basta inverter o processo que você utilizou para adicionar o recurso. Provavelmente será necessário clicar em Editar HTML na guia Configurações Modelo, localizar o código correspondente ao recurso adicional e removê-lo. Se você possuir vários recursos adicionais de terceiros, talvez precise testar um por um. Se estiver usando o recurso de Layouts, pode ser possível simplesmente excluir o widget que contém o recurso adicional ofensivo."

Dessa forma, deletei algumas fotos e imagens, como também alguns links de terceiros nos posts e resolvi o problema.

Repassem este alerta!

A Leitura Devocional da Bíblia - Subsídio para Lição Bíblica



“A Bíblia não é um livro qualquer, mas sim uma Criatura Viva, com um poder que conquista tudo o que se opõe a ela.” (Napoleão Bonaparte)

“Eu acredito que a Bíblia é a melhor dádiva que Deus deu à humanidade. Todas as coisas boas do Salvador do Mundo nos são ditas através deste Livro.” (Abraham H. Maslow)

“Eu amo a Bíblia, leio-a todos os dias e, quanto mais a leio tanto mais a amo. Há alguns que não gostam da Bíblia. Eu não os entendo, não compreendo tais pessoas, mas, eu a amo, amo a sua simplicidade e amo as suas repetições e reiterações da verdade. Como disse, eu leio-a quotidianamente e gosto dela cada vez mais.” (D. Pedro II)

“Há mais indícios seguros de autenticidade na Bíblia do que em qualquer história profana.” (Isaac Newton)

“Um bom conhecimento da Bíblia vale mais do que uma educação superior. Quase todas as pessoas que com o trabalho de suas vidas acrescentaram algo para o conjunto das realizações humanas… basearam o seu trabalho grandemente nos ensinamentos da Bíblia.” (Theodore Roosevelt)

"A Bíblia vale a soma de todos os outros livros que já se imprimiram."( Patrick Henry )

"É impossível governar perfeitamente o mundo, sem Deus e sem a Bíblia."( George Washington )

"Se eu a coloco (a Bíblia) abaixo de todos os livros, ela é a que mantêm todos eles, se eu a coloco no meio dos outros livros, ela é a coração desses livros, e se eu a coloco em cima dos outros livros, ela é a cabeça e autoridade de todos os livros em minha biblioteca." (Rui Barbosa)

"Enquanto outros livros informam e poucos reformam, só este livro transforma."(A. T. Pierson)

1.O que é a Bíblia?

As respostas para essa questão tem sido ao longo dos séculos, dependendo do paradigma teológico, as mais diversas. Três, contudo, se destacam:

a) A visão Modernista ou Liberal. A Bíblia contém a Palavra de Deus. Paralela ao surgimento do movimento da crítica da Bíblia (1648), esta visão afirma que algumas partes da Bíblia são divinas, enquanto outras são humanas. Dessa forma, encontramos na Bíblia verdades eternas e equívocos humanos. Segundo Geisler e Nix (1997, p. 17) dois conceitos foram elaborados nesta concepção;

- O conceito de iluminação. Alguns estudiosos defendem que as “partes inspiradas” da Bíblia resultam de um tipo de iluminação divina, através do qual Deus teria concedido uma profunda percepção religiosa a alguns homens piedosos.

- O conceito de intuição. Aqui, os estudiosos chegam ao extremo de negar totalmente a presença de algum elemento divino da composição da Bíblia.

b) A visão Neo-Ortodoxa. O início do século XX foi marcado por uma nova reforma no na teologia européia. Alguns teólogos começam a valorizar a Bíblia, sem, contudo, abrir mão de suas visões críticas. Um novo tipo de ortodoxia é criado. A Bíblia torna-se a Palavra de Deus num encontro pessoal entre Deus e o homem. Duas correntes surgem:

- Visão demitizante. Tendo como defensores Rudolf Bultman e Shubert, afirma que a Bíblia foi escrita em linguagem mitológica, a da época de seus atores, tempo já passado e obsoleto. O amor sacrificial de Cristo, só pode ser realmente encontrado a medida que o crente despe a Bíblia de seus eventos e narrativas mitológicos.

- Encontro pessoal. Representada por Karl Barth e Emil Brunner, reconhece que apesar de algumas imperfeições no registro escrito, a Bíblia é a fonte de revelação de Deus para a humanidade. Deus nos fala mediante a Bíblia, que é um registro da revelação pessoal de Deus e não uma revelação em si mesma. Dessa maneira, ela torna-se a Palavra de Deus a medida que o homem se encontra com o criador lendo-a ou ouvindo-a.

c) A visão ortodoxa. A Bíblia é a Palavra de Deus. Esta é a opinião que prevaleceu por cerca de 18 séculos, e que, mesmo diante do surgimento da visão liberal e neo-ortodoxa, permanece viva em pleno século XXI. Na tentativa de conciliar a inspiração divina e o elemento humano presente através da escrita, duas teorias se destacam:

- Ditado Verbal. Defendida por John R. Rice, sustenta que Deus ditou sua Palavra respeitando a personalidade do autor humano. Para Rice, o ditado verbal não se trata de um ato meramente mecanicista.

- Conceitos inspirados. A. H. Strong apresenta uma idéia de que Deus teria inspirado os conceitos, não os termos literários utilizados por cada autor humano na escrita da Bíblia. O estilo particular de cada escritor é assim respeitado.

2. A Leitura Devocional da Bíblia

A leitura devocional da Bíblia precisa ser compreendida no contexto das várias leituras da Palavra de Deus:

a) A leitura litúrgica. É aquela realizada nos cultos e cerimônias religiosas, com o propósito de pregação, ensino ou reflexão.

b) A leitura formadora. Trata-se da leitura onde se busca aumentar o conhecimento pessoal dos princípios espirituais e morais, necessários para o crescimento e amadurecimento do cristão.

c) A leitura teológica. Este nível de leitura nos remete para uma reflexão mais sistemática das grandes doutrinas bíblicas, associada também aos textos filosóficos, históricos etc.

d) A leitura exegética. É a forma mais aprofundada de leitura. A compreensão do texto bíblico em si mesmo, juntamente com suas idéias, autoria, destinatários, forma literária, os termos originais, o contexto cultural, social, político, econômico, espiritual etc., estão presentes neste nível.

e) A leitura devocional. Através da leitura devocional, busca-se de forma espontânea alimento diário para a vida espiritual, respostas para nossos anseios, conforto e lenitivo para a nossa alma. Um diálogo com Deus é aqui, profundamente evidenciado.


A leitura devocional da Bíblia exige disciplina na vida cristã. Vivenciamos um momento histórico onde a inversão das prioridades pessoais, associada ao ativismo e a má administração do tempo, tem nos afastado cada vez mais, deste exercício tão essencial e salutar.


Referências

GEISLER, Norman; NIX, William. Introdução Bíblica: como a Bíblia chegou até nós. São Paulo: Vida, 1997.

SILVA, Cássio Murilo Dias da. Metodologia de exegese bíblica. São Paulo: Paulinas, 2000.

Lições Bíblicas: 2. trimestre de 2008. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

segunda-feira, 24 de março de 2008

IGREJA PARA TODOS OS GOSTOS

Fenômeno do crescimento evangélico no país dissemina a Palavra de Deus,

Qualquer pessoa que ande pelas ruas das grandes cidades brasileiras há de

ficar impressionado com a quantidade de igrejas evangélicas. São templos,
pontos de pregação, salas e até portinhas, onde o nome de Jesus é exaltado e
o povo de Deus reúne-se para exercer a sua fé. Símbolo da expansão do
segmento evangélico na sociedade brasileira, a proliferação de igrejas, se
por um lado possibilita a disseminação da Palavra de Deus, por outro, gera
situações curiosas. Há ruas com vários templos e até mesmo congregações que
funcionam coladas parede a parede. Agora, engraçado mesmo – com todo
respeito, claro! – é conferir o nome de algumas igrejas. Existe, por
exemplo, uma certa Assembléia de Deus Com Doutrinas e Sem Costumes, no
subúrbio do Rio de Janeiro. No interior de Minas, funciona a Igreja
Evangélica A Última Trombeta Soará. Isso sem falar na Igreja Cuspe de
Cristo, em São Paulo.
Pode-se discutir o gosto de quem inventa tais nomes, mas o fato é que os
aproximadamente 26 milhões de evangélicos brasileiros têm à disposição um
variadíssimo cardápio de opções para filiação religiosa. Curiosos, bizarros
e imaginativos, os nomes de igrejas, digamos, originais, compõem uma extensa
lista: há, por exemplo, a Igreja Pentecostal Alarido de Deus, de Anápolis
(GO), cujos cultos não devem ser nada silenciosos; a Igreja Evangélica Deus
Pentecostal da Profecia, de São Mateus (ES), que não deixa dúvidas sobre o
caráter avivado do povo que se reúne ali; ou ainda a Igreja Evangélica Vida
Profunda, da Itaperuna (RJ), onde o crente, já na entrada, recebe um
estímulo para deixar de lado a superficialidade na sua relação com Deus. Já
a Igreja da Revelação Rápida parece ter sido feita de encomenda para os
fiéis mais apressadinhos. Há ainda muitas outras (ver quadro), quase sempre
pequenas denominações pentecostais dirigidas por líderes leigos, onde o que
vale é a espontaneidade litúrgica e uma boa dose de improvisação.
Mais do que simples tendência, a proliferação das igrejas evangélicas, há
alguns anos, já chama a atenção como fenômeno sociológico. Nos anos 90, o
Instituto Superior de Estudos da Religião (Iser) debruçou-se sobre os
números e chegou a uma conclusão de espantar: só no Grande Rio, cinco novas
igrejas surgiam... por semana! E as coisas só aumentaram de lá para cá.
Números confiáveis não existem, mas levantamentos realizados por entidades
missionárias apontam para a existência de cerca de 150 mil templos e casas
de culto evangélicas no país. “Hoje, há uma média de 1,5 mil pessoas por
igreja no Brasil”, diz o pesquisador Louranço Kraft, do Serviço para a
Evangelização da América Latina (Sepal). Claro, elas concentram-se nos
centros urbanos. Em regiões como a Amazônia ou o interior do Nordeste, a
presença evangélica permanece extremamente rarefeita. Razões para tanto
crescimento não faltam – além do evangelismo ostensivo, responsável por
novas conversões, as igrejas evangélicas costumam receber muitos ex-fiéis de
outras confissões, como o catolicismo e o espiritismo.
Há ainda outro aspecto – a ruptura com antigos dogmas, como restrições
quanto a usos e costumes e normas rígidas de vestuário. “Os evangélicos
aboliram a vida ascética que antes preconizavam”, avalia o doutor em
sociologia Ricardo Mariano, autor do livro Neopentecostais – Sociologia do
novo pentecostalismo no Brasil (Edições Loyola). Segundo ele, os crentes,
cada vez mais adaptados à sociedade, conseguem fazer seu discurso penetrar
com mais facilidade, atraindo novos adeptos até mesmo em setores das classes
média e alta, tradicionalmente mais avessos à mensagem do Evangelho.
Bem menos acadêmico, mas igualmente sintomático, é o estudo desenvolvido por
Orlando Corrêa Neves Castor, 17 anos, estudante de tradições e cultos
religiosos. Ele, que mora em Teresópolis (RJ), criou um site sobregrejas com
nomes curiosos (www.igrejologia.hpg.ig.com.br). Evangélico, o rapaz conta
que a idéia de elaborar a página virtual veio depois de ver tantos nomes
diferentes de igrejas. “Comecei o trabalho procurando em listas telefônicas
de vários estados”, conta. “Depois, muitas pessoas se interessaram e
começaram a mandar colaborações para a lista. Alguns nomes adotados são bem
exóticos.”
“Sede mundial” – Segundo Orlando, a maioria das igrejas com este perfil tem
localização restrita, ao contrário das denominações mais antigas e
tradicionais, como Metodista, Quadrangular ou Luterana, cuja abrangência é
nacional. “Noventa por cento delas funcionam em pequenos imóveis alugados,
em bairros pobres”, comenta o estudante. No meio do bolo, há uma
proliferação desenfreada de congregações evangélicas, muitas delas
funcionando sem alvará e à margem de outras exigências legais. “Além disso,
a falta de cultura e informação de seus criadores é patente”, aponta. Como
exemplo, ele cita uma certa Igreja Evangélica Muçulmana Javé É Pai, e outra,
tão bizarra quanto: Igreja Cristã Evangélica Espírita Nacional. “Nos dois
nomes há união de religiões que não se relacionam entre si. Como um
evangélico pode ser muçulmano ou espírita ao mesmo tempo?”, indaga.
Orlando não esconde que o objetivo do bem humorado levantamento que fez é,
também, “criticar abusos praticados em nome da fé das pessoas”. Há pouco
tempo, o jornal carioca Balcão, especializado em classificados de todo tipo
– ali vende-se varas de pesca, violoncelos, apartamentos, coleção de gibis
do Homem-Aranha e tudo o que se possa imaginar –, publicou um anúncio
esquisitíssimo. Anunciava-se a oferta de uma igreja evangélica, equipada com
som e móveis e que tinha “cerca de 200 membros”, que talvez jamais
imaginassem virar objeto de uma transação do gênero. O problema é que fica
muito difícil separar o trigo, ou seja, aqueles crentes sérios cujo objetivo
ao abrir uma igreja é simplesmente atender um chamado divino e fazer a obra
do Senhor, do joio – no caso, os picaretas que vêem a criação de uma
congregação apenas como opção de negócio.


A multiplicação de igrejas só acontece porque, no Brasil, é muito fácil
abri-las. É o que diz Rubens Moraes, 71, pastor da Assembléia de Deus de
Madureira, no Rio. Ele também é contador e trabalha há quase 40 anos na área
de legalização de entidades evangélicas. “Para se abrir uma igreja, não é
necessário muita coisa”, explica. “Junta-se uma diretoria composta por oito
pessoas; depois convoca-se uma reunião para emitir a ata de fundação. A
partir daí, basta elaborar o estatuto e registrá-lo no cartório”, ensina.
Com este registro, é possível solicitar o cartão do Cadastro Nacional de
Pessoas Jurídicas, o CNPJ, o que pode ser feito até pela internet.
Segundo Rubens, todo o processo é baratíssimo. “Se o próprio interessado
quiser fazer tudo, vai desembolsar cerca de R$ 250. Caso prefira contratar
um contador, o gasto fica entre 600 e mil reais.” Isso, claro, se o
empreendedor não preferir fazer tudo clandestinamente e atuar ao arrepio da
lei. Especialista no assunto – ele é autor do livro Legislação para igrejas
e entidades sem fins lucrativos, editado pela CPAD –, Rubens Moraes admite
que não há como exercer controle sobre quem resolve criar uma igreja. “A lei
permite a abertura por qualquer pessoa, mas não pode avaliar os interesses e
a seriedade de cada um. Isso abre oportunidades para os aventureiros.” Ele
conta que foi procurado recentemente por uma empresária que decidiu colocar
uma igreja em seu nome. “Ela construiu, com o seu dinheiro, a comunidade.
Apesar de não ser pastora nem nada, ela tem direito de tornar-se presidente
da obra.”
Outra estratégia muito utilizada, até mesmo em busca de legitimidade, é a
inclusão do nome de uma denominação já conhecida. É grande a quantidade de
comunidades independentes que adotam, por exemplo, nomes como “Assembléia de
Deus de tal-tal-tal, ou “Igreja Batista disso-ou-daquilo”, mesmo sem ter
quaisquer vínculos com as convenções batistas ou assembleianas
estabelecidas. “Este tipo de procedimento nos incomoda bastante, inclusive
porque não temos qualquer controle sobre a doutrina ou liturgia praticada
nestas igrejas”, comenta um pastor ligado à Convenção Batista Fluminense
que, para evitar constrangimentos de parte a parte, pediu para não ser
इदेंतिफिकादो
Ele diz que a entidade já teve problemas com isso – segundo o pastor, houve
casos, por exemplo, de fiéis dessas igrejas de linha independente buscarem
algum tipo de satisfação por desvios de conduta de seus líderes. “A marca
‘Igreja Batista’ é respeitada até mesmo fora dos meios evangélicos. Então,
há pessoas que se aproveitam disso e usam o nome de nossa denominação para
passar credibilidade.” Interessante, também, é a megalomania encerrada em
nomes grandiloqüentes, tais como “sede mundial” ou “ministério
internacional”. Às vezes, igrejinhas que possuem um único templo ostentam,
orgulhosas, placas com tais dizeres. Isso quando o nome do mandachuva não
aparece em letras garrafais, às vezes, maiores até do que os nomes “Deus” ou
“Jesus”.
Bacalhau com feijoada – O professor Paulo Donizéti Siepierski, 43 anos,
crente batista de Recife (PE) e membro da Associação Brasileira de História
das Religiões, aponta noutra direção. Para ele, a criatividade dos nomes é
fundamental para o sucesso do empreendimento. “A concorrência no ‘mercado
religioso’ tornou-se bastante acirrada nos últimos anos. Então, a
necessidade de se diferenciar neste ‘mercado’ passou a ser imperativa”,
explica. Paralelamente, salienta o estudioso, ocorreu uma crise de
fidelidade no denominacionalismo. “Uma vez que as pessoas não estão mais
buscando respostas convencionais, como as que as igrejas históricas oferecem
em suas confissões de fé, mas ao contrário, estão atrás de uam espécie de
bricolagem, passou a ser natural que os próprios nomes das novas igrejas
simbolizassem tal possibilidade.”
Irônico, o professor usa como comparação os restaurantes de comida a quilo.
“No restaurante tradicional, você recebe um cardápio com pratos já montados;
no de refeições por quilo, o cliente é quem escolhe a combinação de
alimentos, por mais contraditório que possam parecer. Dá até para misturar
bacalhau com feijoada.” Sipierski vai além: para ele, a sobrevivência da
nova igreja dependerá em grande parte da capacidade em expressar, através de
seu nome, aquilo que ela pensa ser sua vantagem comparativa em relação à
concorrência. “Precisamos entender que as pessoas não estão em busca de uma
doutrina supostamente correta. Hoje, muitos buscam solução para seus
problemas e um lugar onde se sintam bem।”
“Tanta criatividade não é bom sinal”, faz coro o historiador Jaime Francisco
de Moura, 42, de Brazilândia (DF). Católico, ele é autor do livro As
diferenças entre a Igreja Católica e igrejas evangélicas e bate pesado:
“Muitas dessas igrejas com nomes fantásticos e chamativos prejudicam o
cristianismo”, radicaliza. Para Moura – que, como muitos católicos e o
próprio papa, insistem em chamar correntes pentecostais de “seitas” –, o
crescimento destas novas denoninações tende a aumentar. “A Palavra de Deus é
sagrada e não pode estar na boca de qualquer indivíduo. É preciso haver
autoridades competentes para proclamar o Evangelho. Muitos acham que são
iluminados pelo Espírito Santo, mas no fundo são movidos pelo erro e pelo
engano”, reclama. Na opinião do historiador, qualquer pessoa que pretenda
assumir um cargo de dirigente espiritual deveria ter, no mínimo, curso de
teologia ou filosofia. Por mais que seja desejável estabelecer critérios
deste tipo, contudo, não se deve esquecer que a história do cristianismo
está cheia de líderes leigos que fizeram um tremendo trabalho espiritual, a
começar pelos próprios discípulos de Jesus – os quais, segundo seus
contemporâneos, eram homens “iletrados e incultos”, mas foi através deles
que a a fé cristã chegou até nós. Isso sem falar na explosão evangélica
verificada no Brasil na segunda metade do século 20, protagonizada, quase
sempre, por pastores sem qualquer formação teológica. E não é apenas no
protestantismo que o laicato tem destaque. Nas comunidades eclesiais de
base, berço da renovação do catolicismo durante os anos 60 e 70,
destacavam-se os líderes leigos.
Revelação de Deus – Na outra ponta, pastores que dirigem comunidades que
poderiam entrar em qualquer levantamento sobre denominações curiosas,
demonstram não apenas convicção espiritual, como também, muita consciência
de seu papel. Caso do pastor José Basílio dos Reis, 55 anos, responsável
pela Igreja Assembléia dos Primogênitos, de São Paulo. Ele explica que a
denominação surgiu devido a uma revelação divina, e admite que ter um nome
diferente atrai algumas pessoas para a congregação. “Muitos chegam movidos
pela curiosidade, e acabam tendo um encontro com Cristo”, salienta. Contudo,
o pastor exorta que, antes de se filiar a qualquer igreja, é fundamental que
o aspirante a membro observe suas normas, conheça os líderes e, acima de
tudo, peça a orientação do Senhor. “Hoje, há muita gente criando igrejas
apenas para arrecadar dinheiro. Isso é um escândalo”, indigna-se.
Para o pastor Mizael Lima de Souza, presidente da Igreja Universal
Assembléia dos Santos, com sede em São Paulo, mais importante do que o nome
é a valorização do Evangelho e uma conduta justa e transparente que possa
dar exemplo à sociedade. “Quando vamos evangelizar, muita gente pergunta se
nossa igreja é uma mistura da Universal [do Reino de Deus] com a Assembléia
[de Deus], e eu explico que não”, diz ele. O pastor conta que o nome surgiu
de uma revelação divina a uma senhora crente há 45 anos – bem antes,
portanto, do surgimento da Igreja Universal, a do bispo Edir Macedo, fundada
em 1977. “Essa irmã era professora da Escola Bíblica e certo dia foi orar,
pois via que sua igreja não obedecia certos preceitos bíblicos. Então, o
Senhor disse a ela que o seguisse, pois iria usá-la para levantar uma obra à
semelhança da Igreja Primitiva”. Mizael explica que o nome de sua
denoninação é baseado nas passagens bíblicas de Hebreus 12:22 e Salmo 89:5.
“Mas o que caracteriza mesmo a Igreja do Senhor é se ela tem ou não
compromisso com Deus”, conclui. (Colaboraram Marcelo Santos e Marcos
Stefano)

Curiosos e criativos

Algumas igrejas e comunidades evangélicas têm nomes que misturam citações
bíblicas, fervor espiritual e uma boa dose de criatividade. Confira:

Igreja da Água Abençoada
Igreja Adventista da Sétima Reforma Divina
Igreja da Bênção Mundial Fogo de Poder
Congregação Anti-Blasfêmias
Igreja Chave do Éden
Igreja Evangélica de Abominação à Vida Torta
Igreja Batista Incêndio de Bênçãos
Igreja Batista Ô Glória!
Congregação Passo para o Futuro
Igreja Explosão da Fé
Igreja Pedra Viva
Comunidade do Coração Reciclado
Igreja Evangélica Missão Celestial Pentecostal
Cruzada de Emoções
Igreja C.R.B. (Cortina Repleta de Bênçãos)
Congregação Plena Paz Amando a Todos
Igreja A Fé de Gideão
Igreja Aceita a Jesus
Igreja Pentecostal Jesus Nasceu em Belém
Igreja Evangélica Pentecostal Labareda de Fogo
Congregação J. A. T. (Jesus Ama a Todos)
Igreja Barco da Salvação
Igreja Evangélica Pentecostal a Última Embarcação Para Cristo
Igreja Pentecostal Uma Porta para a Salvação
Comunidade Arqueiros de Cristo
Igreja Automotiva do Fogo Sagrado
Igreja Batista A Paz do Senhor e Anti-Globo
Assembléia de Deus do Pai, do Filho e do Espírito Santo
Igreja Palma da Mão de Cristo
Igreja Menina dos Olhos de Deus
Igreja Pentecostal Vale de Bênçãos
Associação Evangélica Fiel Até Debaixo D’Água
Igreja Batista Ponte para o Céu
Igreja Pentecostal do Fogo Azul
Comunidade Evangélica Shalom Adonai, Cristo!
Igreja da Cruz Erguida para o Bem das Almas
Cruzada Evangélica do Pastor Waldevino Coelho, a Sumidade
Igreja Filho do Varão
Igreja da Oração Eficiente
Igreja da Pomba Branca
Igreja Socorista Evangélica
Igreja ‘A’ de Amor
Cruzada do Poder Pleno e Misterioso
Igreja do Amor Maior que Outra Força
Igreja Dekanthalabassi
Igreja dos Bons Artifícios
Igreja Cristo é Show
Igreja dos Habitantes de Dabir
Igreja ‘Eu Sou a Porta’
Cruzada Evangélica do Ministério de Jeová, Deus do Fogo
Igreja da Bênção Mundial
Igreja das Sete Trombetas do Apocalipse
Igreja Pentecostal do Pastor Sassá
Igreja Sinais e Prodígios
Igreja de Deus da Profecia no Brasil e América do Sul
Igreja do Manto Branco
Igreja Caverna de Adulão
Igreja Este Brasil é Adventista
Igreja E.T.Q.B (Eu Também Quero a Bênção)
Igreja Evangélica Florzinha de Jesus
Igreja Cenáculo de Oração Jesus Está Voltando
Ministério Eis-me Aqui
Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia
Igreja Evangélica A Última Trombeta Soará
Igreja de Deus Assembléia dos Anciãos
Igreja Evangélica Facho de Luz
Igreja Batista Renovada Lugar Forte
Igreja Atual dos Últimos Dias
Igreja Jesus Está Voltando, Prepara-te
Ministério Apascenta as Minhas Ovelhas
Igreja Evangélica Bola de Neve
Igreja Evangélica Adão é o Homem
Igreja Evangélica Batista Barranco Sagrado
Ministério Maravilhas de Deus
Igreja Evangélica Fonte de Milagres
Comunidade Porta das Ovelhas
Igreja Pentecostal Jesus Vem, Você Fica
Igreja Evangélica Pentecostal Cuspe de Cristo
Igreja Evangélica Luz no Escuro
Igreja Evangélica O Senhor Vem no Fim
Igreja Pentecostal Planeta Cristo
Igreja Evangélica dos Hinos Maravilhosos
Igreja Evangélica Pentecostal da Bênção Ininterrupta

Luciana Mazzarelli e Carlos Fernandes

Marcos Cristian
marcoscrist...@ibest.com.br
cristian_lo...@hotmail.com

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

CGADB PARA TODOS 2009! (MAIS PRÓXIMO DE VOÇÊ)

















A
campanha para as próximas eleições à presidência da CGADB já começou ???????

sábado, 19 de janeiro de 2008

Relação de Pastores




Brasil Mato Grosso

Nome: Pr Elizeu Souza
Pais: Brasil
Cursos: » Bacharel em Psicologia Pastoral, Formação Pastoral, Bacharel em Teologia.
Titulos: Internacionais:
» Associação dos Pastores e Ministros Evangélicos do Brasil
» Convenção Internacional das Igrejas Assembléia de Deus
Comentarios: Foi muito bem elaborado os livros didáticos. Achei o curso proveitoso e informativo. Pessoal capacitado para nos atender. Vale a pena fazer o curso é maravilhoso.
Visite o site:
http://www.cgiadb.com.br/

Veja mapa da região do conflito entre Israel e Líbano

A atual crise entre Israel e Líbano foi desencadeada após o seqüestro de dois soldados israelenses, além da morte de outros oito militares, em uma ação levada a cabo pelo grupo terrorista Hizbollah, no último dia 12.

Desde então, o governo Israel tem realizado ininterruptos ataques por ar, terra e mar, principalmente contra o sul do Líbano, onde o Hizbollah se concentra.

A idéia de Israel é destruir a infra-estrutura da região para enfraquecer as ações do grupo e conseguir resgatar os dois soldados seqüestrados. Em resposta, o Hizbollah lança diariamente dezenas de foguetes Katyusha contra o território israelense. O saldo da agressão de ambos os lados é de centenas de mortos [a maioria civis libaneses] e mais de mil feridos.

Veja mapa da região do conflito:

Entrevista com o pastor Isael de Araújo

Sexta-feira, 7 de Dezembro de 2007




Isael de Araújo é ministro do evangelho, pesquisador da história das Assembléias de Deus, co-autor do livro História das Assembléias de Deus no Brasil (1982), formado em Teologia, com estudos na área editorial pelo Internacional Christian Publishing Institute (ICPI) da Cook Ministries (Colorado, Springs, EUA) e chefe do setor de Obras Especiais da CPAD.
Em novembro a CPAD lançou o Dicionário do Movimento Pentecostal, de autoria da Pr. Isael de Araújo. A obra já começou como um sucesso editorial, sendo o livro mais vendido pela editora no mês de novembro.
Acompanhe a entrevista com o Pr. Isael de Araújo para o Blog Teologia Pentecostal:

Blog Teologia Pentecostal- Qual o motivo que o levou a escrever o Dicionário do Movimento Pentecostal?

Pr. Isael de Araújo- Há mais de dez anos, quando chefiava o setor de livros estrangeiros da CPAD, conheci o Dicionário Internacional do Movimento Pentecostal e Carismático, em inglês. Fiquei encantado com a proposta da obra. Numa reunião de rotina para definir quais obras seriam traduzidas e publicadas no Brasil, analisamos a referida obra. Mas, embora a direção da CPAD achasse bastante interessante a obra considerando o Brasil como uma das maiores expressões do pentecostalismo, a editora não queria simplesmente traduzir o original em inglês, pois, dentre alguns problemas existentes, a obra não refletia a realidade da igreja pentecostal brasileira. Considerando todo o meu envolvimento com pesquisas sobre a história das Assembléias de Deus e o pentecostalismo, então me apresentei para desempenhar a tarefa de elaborar uma obra nacional.

BTP- O Dicionário do Movimento Pentecostal se propõem a ser um registro histórico do pentecostalismo. Qual é a importância de resgatar a história do Movimento Pentecostal para a igreja hodierna?

IA- O Dicionário não se trata de um registro puro e simples da história de pioneiros, movimentos e denominações. No primeiro momento é esta a visão que se tem. Mas a obra vai além disso. Um grande objetivo que me propus a alcançar foi mostrar o inter-relacionamento das informações, de tal forma que o leitor possa compreender que o pentecostalismo da atualidade não é algo estanque, mas que houve uma evolução e que o passado nos ajuda avaliarmos a igreja hodierna. Acredito que, se os crentes pentecostais conhecessem mais o pentecostalismo, menos se distanciariam dele.

BTP- É comum, os críticos do pentecostalismo acusarem o Movimento Pentecostal de deficiência doutrinária. Porém o moderno pentecostalismo nasceu em um Instituto Bíblico com Charles Fox Parham, e hoje tem eruditos de destaque como Stanley M. Horton e Gordon Fee. Qual era a visão de importância à doutrina e teologia dada por parte dos primeiros pentecostais?

IA- Essa crítica faz parte do contexto do chamado “efeito-pêndulo” da história da igreja. Uma época a ênfase recaía nas emoções, outra no intelecto. O século 19 e início do 20 foram marcados pelo liberalismo teológico (ênfase no intelecto). Então, o pentecostalismo foi visto como a guinada para a emoção. Por um lado, passou a sofrer crítica dos intelectuais e por outro, muitos de seus líderes faziam tudo para não serem vinculados com a “letra” que mata a fé. Todavia, havia, sim, lugar para a doutrina e a teologia. Diria que muito mais que na atualidade. Os primeiros pentecostais eram bastante fundamentalistas e a “pedra de toque” do fundamentalismo era aceitação e o estudo da Bíblia Sagrada como um todo. É deficiência doutrinária crer no batismo no Espírito Santo de que trata a Bíblia?

BTP- Qual foi a principal mudança no cenário assembleiano brasileiro, quando os missionários norte-americanos substituíram os suecos na metade do século XX?

IA- Nunca houve substituição nas Assembléias de Deus de missionários suecos por missionários norte-americanos. Até porque, a Missão Americana decidiu enviar, oficialmente, missionários para o Brasil em 1936, portanto, nas primeiras décadas e não na metade do século. Logo, também, nunca houve mudança no cenário assembleiano. O sistema eclesiológico e doutrinário deve muito mais aos missionários suecos do que aos americanos.

BTP- Há uma divisão comum na Sociologia da Religião, entre pentecostais clássicos ou de primeira-onda (Assembléia de Deus e Congregação Cristã do Brasil, com ênfase na glossolalia e nos dons espirituais), deuteropentecostais ou pentecostais da segunda-onda (Igreja do Evangelho Quadragular, O Brasil Para Cristo, Deus é Amor etc, com ênfase na cura divina) e neopentecostalismo (Universal do Reino de Deus, Igreja Internacional da Graça de Deus, Renascer em Cristo etc, com ênfase na cura divina, exorcismo e prosperidade financeira). Essa divisão explica de maneira satisfatória o Movimento Pentecostal no Brasil?

IA- Não. Ainda precisamos saber a fundo o que é pentecostalismo clássico, deuteropentecostalismo e neopentecostalismo. Por enquanto, está mais para rótulo do que definição.

BTP- Do ponto de vista histórico, quais os fatores que levaram o evangelicalismo a desenvolver o neopentecostalismo?

IA- É um caso que requer mais estudos. É mais fácil explicar evangelicais desenvolver as doutrinas básicas do pentecostalismo que as práticas neopentecostais. Temos que considerarmos também que o evangelicalismo no Brasil não foi tão expressivo quanto nos Estados Unidos. Sobre o evangelicalismo norte-americano no contexto pentecostal, possuo material.

BTP- O denominado neopentecostalismo pode ser considerado como um novo pentecostalismo, uma evolução do pentecostalismo ou, até mesmo, um anti-pentecostalismo?

IA- Acho que para responder a esta pergunta, temos que encontrar a resposta daquela pergunta sobre as divisões do Movimento Pentecostal.

BTP- O pentecostalismo no Brasil e na América-Latina é muito forte, mas o mesmo não acontece nos Estados Unidos e na Europa. O pentecostalismo é um fenômeno de países subdesenvolvidos?

IA- É um equívoco explicar o crescimento do pentecostalismo relacionando-o ao contexto sócio-econômico do lugar. Tenho bastante argumentos para justificar o que estou afirmando. Por ora, posso lembrar que o pentecostalismo já foi muito forte nos Estados Unidos e na Europa quando essas regiões do planeta também já eram bem mais desenvolvidas que o Brasil e a América Latina. O pentecostalismo pode ser forte em qualquer nível social, desde que os cristãos dêem lugar a ação do Espírito Santo.

BTP- Hoje se observa uma aproximação entre igrejas reformadas e pentecostais clássicos, mas há outros pentecostais que se aproximam a cada dia do neopentecostalismo. Qual tendência prevalecerá? É possível prever?

IA- Como prever tendências se a obra do Espírito Santo é um movimento? Eu não consigo. Alguém consegue? Ou seja, uma hora temos conhecimento de igrejas tradicionais enfatizando a manifestação do Espírito Santo, em outra, vemos igrejas pentecostais tradicionais pondo em prática a liturgia dos cultos e ensinos do chamado neopentecostalismo. Ambos, afirmam ser isto o resultado do “mover do Espírito”.

BTP- Como foi a experiência de trabalhar em importantes obras publicadas pela CPAD (Casa Publicadora das Assembléias de Deus), como o livro Verdade Absoluta de Nancy Percey e Comentário Bíblico Pentecostal de French L. Arrington e Roger Strostad? A CPAD seguirá um caminho mais acadêmico, como tem mostrado nos últimos anos?

IA- É um grande privilégio ser funcionário e autor pela CPAD. O caminho que a Casa está seguindo atualmente tem sido visto e admirado por todo o povo evangélico brasileiro. Agora, quanto aos seus rumos editoriais, não posso falar aqui em nome da editora. Apenas, uma correção: o livro Verdade Absoluta teve seus originais preparados no Setor de Livros Estrangeiros e não no de Bíblias e Obras Especiais que chefio.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Reforma Protestante: 490 anos depois, retrocesso

Em 31 de outubro, comemoram-se os 490 anos da Reforma Protestante, um dos maiores acontecimentos da história da Igreja, pois recolocou boa parte dos cristãos no caminho de retorno à Palavra de Deus, ao cristianismo bíblico. Contudo, infelizmente, apesar de todos esses séculos, pouco se compreende e valoriza o significado desse evento. Claro que não devemos nos prender ao passado, mas entender as implicações desse acontecimento é salutar por, pelo menos, três razões.
Em primeiro lugar, para discernirmos alguns posicionamentos do evangelicalismo hodierno. Afinal, o que é ser protestante? Se somos protestantes, o que significa isso? Em que têm reverberado até hoje os princípios reformistas? Será que estamos vivenciando atualmente, no meio evangélico brasileiro e mundial, algum retrocesso em relação à Reforma?
Em segundo lugar, conhecer o protestantismo é importante porque nos estimula a grandes empreendimentos no Reino de Deus. A história da Reforma é marcada por uma fé engajada e poderosa. A fé dos antigos protestantes e seus exemplos nos servem de inspiração para a vida cristã.
Por fim, em último lugar, saber nossa história, como se deu a trajetória da Igreja até os nosso dias, auxilia-nos a evitar equívocos futuros.
Tendo em mente isso, a partir de hoje quero dar início a uma série de três artigos sobre a importância da Reforma Protestante, artigos que serão postados ainda este mês. Este é o primeiro da série e, para começar, falaremos do atual retrocesso que boa parte dos evangélicos tem vivenciado em relação aos princípios do protestantismo.

O que é ser protestante?

O que é ser protestante?
Ser protestante é pregar e viver todos os princípios da Reforma. Quais são eles? Os principais são Sola gratia (só a graça), sola fide (só a fé), sola Scriptura (somente as Escrituras) e sola Deo gloriae (somente a Deus a glória). Esses quatro lemas básicos sintetizam as verdades de que a salvação é apenas pela graça de Deus, mediante a fé; Jesus é o único mediador entre Deus e os homens; as Sagradas Escrituras devem ser a nossa única regra de fé e prática; e só Deus deve receber adoração.
Nós, protestantes, não aceitamos o confessionário, o jejum nos moldes clericais e o celibato compulsório. Com base no que nos ensina a Palavra de Deus, não reconhecemos o primado e a autoridade papal (reconhecemos o papa apenas como um líder religioso, mas não como o representante máximo do cristianismo nem muito menos reconhecemos seus ensinos como infalíveis, seja quando fala "ex cátedra" ou não, ou mesmo em seu ofício de "repetir o magistério ordinário"). Não reconhecemos também o culto à Maria, mãe de Jesus, ou aos santos. Repugnamos a venda de indulgência (perdão) ou bênçãos, quaisquer que sejam; a supersticiosidade e o uso de iconografia na adoração (imagens); a canonização de cristãos e a salvação pelas obras; o mercantilismo da fé; a idéia do purgatório e orações ou cultos pelos mortos. Dos sacramentos ministrados pela Igreja Romana, só administramos, pela Bíblia, o batismo e a Santa Ceia, que não tem o mesmo significado e liturgia da eucaristia católica. Quanto ao batismo, há igrejas protestantes que se assemelham a Roma neste ponto, no que concerne à execução, mas não são maioria.
Sociologicamente, o protestantismo é dividido em três ramos: histórico, pentecostal e pára-protestante.
O protestantismo histórico é formado pelas igrejas constituídas a partir da Reforma. São elas a luterana, as reformadas, a presbiteriana, a anglicana, a batista, a congregacional e a metodista.
Pára-protestantes são as seitas que se originaram no meio protestante. A característica principal delas é asseverar que a doutrina que pregam, que vai além das Escrituras, trata-se de uma revelação divina especial que receberam. São exclusivistas. Nesse ramo, temos os mórmons, os adventistas e as testemunhas de jeová. De forma geral, só essas seitas protestantes são reconhecidas pela Sociologia. As demais são vistas como apêndices do pára-protestantismo.
O protestantismo pentecostal, terceiro e último ramo, é dividido pelos sociólogos em duas classes: pentecostalismo tradicional e neopentecostalismo. O pentecostalismo tradicional, do qual faz parte a Assembléia de Deus, nasceu com o mover do Espírito Santo no fim do século 19 e começo do 20. Vários protestantes de todas as denominações históricas redescobriram e receberam a experiência do batismo no Espírito Santo como bênção subseqüente à Salvação, com evidência física de se falar em outras línguas. Tal experiência significava um revestimento de poder do Alto, que possibilita ao cristão o uso de dons espirituais que há séculos haviam sido relegados pela Igreja. O título "pentecostal" é uma referência ao episódio de Atos 2, ocorrido no período da festa judaica chamada Pentecostes.
No início desse movimento, a idéia não era abrir novas igrejas, mas reavivar o fulgor protestante, fazendo com que os cristãos se voltassem a algumas doutrinas esquecidas. Como as igrejas não aceitavam tais manifestações, os cristãos "pentecostalizados", expulsos de suas congregações de origem, se agruparam e formaram outras igrejas, fazendo nascer o ramo pentecostal, consolidado durante os anos. Foi assim que nasceram as igrejas Assembléia de Deus, O Evangelho Quadrangular, Igreja de Deus, Igreja de Cristo, Assembléia de Cristo (essas três últimas são dos EUA; as brasileiras que detêm esses nomes, e não são fruto do trabalho de missionários dessas denominações norte-americanas, são neopentecostais), Igreja Pentecostal (há várias igrejas pentecostais tradicionais no mundo com esse título), etc.
Dentro do pentecostalismo tradicional, há algumas denominações mais novas que são incluídas, tais como O Brasil para Cristo (fundada em 1955) e as igrejas renovadas: Batista Renovada, Presbiteriana Renovada, Metodista Wesleyana, etc. Algumas destas últimas são um tanto recentes no Brasil, sendo mais antigas em outros países. Há outros sociólogos que classificam algumas delas como neopentecostais.
O neopentecostalismo surge na década de 70. Ele compreende denominações como a Universal do Reino de Deus, as comunidades evangélicas, os centros de evangelismo e adoração (muito comuns nos EUA), a Igreja da Graça e tantas outras. É incalculável o número de igrejas neopentecostais no Brasil. A cada semana nascem mais no nosso país. No mundo, então, é uma loucura. As igrejas neopentecostais são caracterizadas por modismos teológicos, inconsistências doutrinárias, o uso de elementos de toque na liturgia, a ênfase no exorcismo e curas, teologia da prosperidade e sincretismo religioso.
Apesar do grande número de igrejas neopentecostais no Brasil, há mais pentecostais históricos do que neopentecostais no Brasil. O problema é que a influência neopentecostal, principalmente pela mídia, é grande em nosso país, inclusive entre membros de igrejas pentecostais tradicionais.

Retrocesso

É evidente que apesar de os sociólogos terem colocado no bolo protestante seitas como os mórmons, os adventistas e as testemunhas de jeová, classificando-as como pára-protestantes, esses grupos não têm nada a ver com o genuíno protestantismo. Por quê? A partir do momento que temos como ponto fundamental da teologia protestante as Escrituras como única regra de fé e prática, e esses movimentos não observam isso, não podemos considerá-los protestantes. Há vários pontos esposados por esses grupos que se chocam frontalmente com a genuína doutrina bíblica.
Outra constatação é que o bojo neopentecostal também não pode julgar-se herdeiro da Reforma se seus princípios batem de frente com pontos básicos e inegociáveis do protestantismo. Não queremos generalizar, mas muitos desses grupos pregam e praticam coisas que envergonham o protestantismo. Em alguns casos, toda a doutrina protestante chega a ser destruída. Se não, vejamos: Não seria a promessa de felicidade, bênçãos e vitória através de uma contribuição financeira mais que generosa a volta do princípio da venda de indulgências e bênçãos? Não seria o uso de elementos como galhinho de arruda, sal grosso e copo d'água na liturgia uma volta ao misticismo medieval, tão condenado pelos reformadores? A teologia da maldição hereditária e da prosperidade não seriam um vilipêndio à doutrina da graça?

ÉTICA CRISTÃ NA ARTE DE BLOGAR


"Disse o Apóstolo Paulo " Todas as coisas me são lícitas, mas nen todas elas covêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma". ICor. 6:12.

Irmãos, achei oportuno deixar por escrito alguns princípios que podem nortear nossa conduta cristã no uso desses maravilhosos espaços digitais que são os BLOGS. Com humildade venho dizer que pelo fato de estar aqui há cerca de uns quatro anos não me arvoro no direito de conduzir o arbítrio de quem quer que seja. Não quero omitir-me, pois sei que o tempo de falar é agora.

Somos cristãos e por isso temos uma responsabilidade pessoal com o SENHOR. Estamos aqui para fazer a diferença; para somar, para não perder tempo com querelas miúdas. Bom seria que os visitantes de nossas páginas sempre encontrassem assuntos construtivos, alegres que os surpreendessem e cativassem.

Sobre tudo o que devemos respeitar penso que em Mateus capítulo cinco pode estar nosso código de ética. Três coisas ali chamam-me a atenção mais que as outras. A Paz, o sal e a luz.

"Bem-aventurados os pacificadores, pois eles serão chamados de filhos de Deus. Não estamos aqui para derramar "gasolina e acender um fogo" sobre pessoas e instituições. Isso compete aos filhos do diabo, que têm prazer em ver defeitos e enxergar maldade em tudo ( como no Livro de Jó ). Estamos aqui para construir algo. Um blog pode evangelizar em qualquer lugar do mundo, basta que se saiba inglês. Se perdermos o nosso tempo postando coisas ruins, além de afastar as palavras de Deus de nossos dedos, tornarmo-nos homens e mulheres vazios, vamos causar asco nos visitantes.

"Vós sois o sal da terra ... Vós sois a luz do mundo. O sal serve para duas coisas: conservar e dar um tempero equilibrado. A Luz é muito necessária hoje quando bilhões ainda estão nas trevas. Vamos ter o devido cuidado de antes de escrever alguma coisa, fazer aquela pergunta cristã: isto é edificante? Vai alegrar a alma de alguém? Não coloquei um peso excessivo nas palavras? por ventura não estou difamando as pessoas? Em tempo de tantas coisas ruins, já existem muitos porta-vozes para transmiti-las. Sugiro um espaço particular para que possamos alertar e criticar construtivamente uns aos outros.

E, por fim, todo cuidado com a política com "p" minúsculo. Toda pessoa deve exercitar-se politicamente por que há muitas injustiças e desequilíbrio social no Brasil. Mas daí, um blogueiro evangélico, usar um espaço abençoado e gratuíto desses para difamar, blasfemar, caluniar, expor pessoas ou instituições por mesquinharias políticas por vingança, eu o compararia a Judas, que depois da canalhice tentou um arrependimento que não veio. Olhe o nível do óleo da graça!

Por que a foto da caixa-preta? Os blogs são públicos; qualquer pessoa pode vê-los. Se elas não gostarem, a primeira impressão é a que fica. É nosso desejo ao "descascar" o verbo nesta postagem, que as impressões alheias sobre o trabalho de cada um de nós posam ser sempre boas e agradáveis surpresas.

Para fazer a diferença, temos que desafiar-nos uns aos outros com o propósito do bom jornalista, sempre procurando por uma foto melhor, um assunto melhor, um português melhor, uma melhor forma de apresentação do blog. Melhorar sempre! Com isto vamos conseguir, dia após dia, o respeito das pessoas.

Menos que isso, não valeria a pena.

A MULHER NÃO PODE USAR CALÇA COMPRIDA?

O único texto bíblico que fala sobre roupa de homem e de mulher, que contém uma proibição, e que os pregadores de “doutrinas” usam muito, está no Antigo Testamento, em Deuteronômio 22:5, e diz o seguinte: “A mulher não usará roupas de homem, e o homem não usará roupas de mulher, pois o SENHOR, o seu Deus, tem aversão por todo aquele que assim procede.” Leia de novo este versículo e responda: Onde está falando de calça comprida? Em nenhum lugar. E nem poderia, porque este versículo foi escrito por Moisés em 1.405 a.C. e, naquela época, não existia calça comprida. A calça comprida só surgiu na França, no final do século 19. Então, do que o versículo acima está falando? Ele está falando de vestido. Porque, naquela época, tanto homens como mulheres usavam vestidos! O próprio Senhor Jesus usava vestido. Veja nesta passagem: (Jo 19:23-24). E mesmo depois de glorificado, Jesus é descrito por João como “vestido até os pés de um vestido comprido” (Ap 1:13). Assim como, nos costumes bíblicos, há diferença entre o vestido usado pelo homem e o vestido usado pela mulher, assim também, nos dias de hoje, há diferença entre a calça comprida usado pelo homem e a calça comprida usada pela mulher. Apesar de parecidas, não são iguais. Usar calça comprida não é abominação para a mulher, porque o seu modelo é feminino e a mulher não está querendo se passar por homem. Na Escócia os homens usam saias e na África eles usam vestidos e não é por causa disto que os cristãos escoceses e africanos irão para o inferno. Compreendeu a diferença? Cada época e país têm a sua cultura. Se fosse para nos vestirmos conforme os costumes bíblicos, então todos os pregadores de doutrinas de roupas estão fora da “doutrina” e deveriam andar de vestidos, pois ternos e gravatas não existiam naquela época. Procure trajar-se com modéstia e decência, servindo ao Senhor com santidade no seu coração.

Salvação

O que a Bíblia fala sobre meios de salvação? O eunuco, evangelizado por Filipe, usou quais meios de salvação? Ele creu que Jesus é o Filho de Deus e em seguida foi batizado. O ladrão na cruz creu em Jesus Cristo e foi salvo. A Palavra diz que fazem jus à vida eterna todo aquele que crê (Jo 3.16). Jesus disse que quem nele crê não é condenado (Jo 3.18). O único meio de salvação é Aquele que é o caminho (Jo 14.6).
Participar de determinada denominação ou religião não salva. Participar de eventos religiosos não leva à salvação. Não são meios eficazes. O casamento não é meio eficaz para que sejamos salvos. O simples fato de confessarmos nossos pecados não nos leva ao céu. Muitos confessam mas continuam pecando, isto é, vivem em pecado (Pv 28.13; 1 Jo 5.18). Participar da ceia do Senhor, digerir o pão e o vinho, não produz salvação.
Necessário um novo nascimento, uma mudança, uma regeneração que ocorrem pelo arrependimento e pela fé no Senhor Jesus (Ef 2.8-9). Se não houver mudança real, mudança interior, não haverá salvação. É preciso que sejamos novas criaturas em Cristo Jesus (2 Co 5.17). O novo nascimento nasce no coração.
"Se com a tua boca confessares... e em seu coração creres..." (Rm 10.9).
Quando perguntaram a Pedro qual seria o primeiro passo ele prontamente respondeu: "Arrependei-vos" (At 2.38). Arrependimento é algo muito particular, individual e interior.
Por isso, o batismo não é meio eficaz. Se fosse, batizaríamos todos - ainda que forçadamente como fizeram em tempos passados - e todos seriam salvos. Batismo sem fé é morto, inválido, inútil. Da mesma forma, participar da ceia do Senhor sem ser realmente filho de Deus pela fé no Senhor Jesus (Jo 1.12) não significa coisa alguma. Não é meio eficaz de salvação.
Quem deseja salvar-se precisa ir a Jesus, com humildade e arrependimento, reconhecendo que é um pecador e carece da misericórdia divina (Rm 3.23). Jesus é o caminho eficaz.

ESCOLA DOMINICAL

UMA VISÃO CRISTÃ DOS
QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO



Ao longo de dez anos venho me esforçando no sentido de auxiliar professores voluntários da Escola Dominical na compreensão de matérias didático-pedagógicas. Os quatro pilares da educação é um tema bastante discutido nos meios acadêmicos em todo o mundo. Esta matéria pode tranqüilamente ser adaptada à realidade do ensino bíblico praticado na ED.

A partir de agora estarei disponibilizando parte por parte deste artigo publicado na revista Ensinador Cristão da CPAD. Boa leitura. Faça seus comentários.


No final do século passado, pesquisadores de diversas partes do mundo reuniram-se a fim de traçar um eixo condutor para a educação do século XXI. Após muitas pesquisas concluíram o trabalho sintetizando-o num famoso relatório intitulado “Os Quatro Pilares da Educação”. Em síntese, aqueles especialistas concluíram que para agir eficazmente o aluno do nosso tempo deve exibir certas competências imprescindíveis ao desenvolvimento do ser humano: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.
Qual a importância dessas aprendizagens para os alunos da escola dominical? Quais dessas competências podem ser observadas na prática de ensino de nossos professores? Como adaptá-las à realidade do ensino bíblico ministrado em nossas classes? Os resultados são práticos e realistas? Esses quatro pilares podem ser trabalhados com todas as faixas de idade? Vejamos:

Aprender a conhecer

O aluno aprende a conhecer quando adquire as competências necessárias à compreensão. Aprender a conhecer é o mesmo que aprender a aprender: o aluno não apenas recebe passivamente o conhecimento do professor, mas, com o auxílio deste, adquire o domínio dos instrumentos de recepção do conhecimento. Isto é, o aluno constrói o conhecimento enquanto o professor libera a capacidade de auto-aprendizagem do aluno. Isso confirma o que ensinou o teólogo e educador Kierkegaard, o educando, com a ajuda do educador, “adquire a consciência real do que ele sabe, do que ele não sabe e do que ele pode ou não pode saber”.
Nesse contexto, a aprendizagem acontece por meio da conduta ativa do aluno, que aprende quando faz alguma coisa e não simplesmente por ver o professor fazendo.
Aprender a conhecer é uma expressão de ordem que dá um basta à aprendizagem de saberes de pouca ou nenhuma utilidade. O aluno somente aprende quando o conteúdo de ensino faz parte do seu foco de interesse, necessidade e expectativas. Em vez da simples transmissão de conteúdos, o que passa a imperar são as habilidades para se construir conhecimentos. Valoriza-se o exercício do pensamento e a seleção das informações que possam ser, efetivamente, contextualizadas com a realidade. Conforme ensina o educador César Romão, “Mais vale o que se aprende do que aquilo que se ensina”.

Teologia Pentecostal

Espiritualidade Pentecostal: O que é ser espiritual? Parte 01

O que é ser espiritual? O que é espiritualidade? Como alguém se torna espiritual? Quais são os sinais de um cristão espiritual? Essas são perguntas constantes e importantes para uma vida cristã saudável. A correta definição de espiritualidade é imprescindível para qualquer crente, pois é um assunto onde há muitos equívocos. É necessário a correta compreensão dessa verdade, para que a sua prática se torne possível.

A definição de espiritualidade não é simples, pois muitos assuntos e práticas contraditórias, às vezes, são definidas como espiritualidade. Espiritualidade pode ser entendida como “um grupo de atitudes e sentimentos que são externados pela crença e valores que caracterizam uma comunidade religiosa específica”[1]. Ou seja, a espiritualidade são as manifestações externas e visíveis do homem espiritual. Mas o que é ser um homem espiritual? O homem espiritual é “literalmente, o homem controlado pelo Espírito Santo”[2], ou seja, “denota a pessoa regenerada, isto é, que tem o Espírito Santo”[3]. Em relação ao assunto é necessário compreender que:


a) espiritualidade não é o mesmo que espiritualismo.

O espiritualismo busca por práticas místicas que tem o propósito de alcançar a felicidade interior, ou seja, o místico é visto como um meio de plenitude espiritual e um meio de prazer e satisfação. O espiritualismo é comum nas diversas religiões orientas, na Nova Era e nas seitas não-organizacionais. A busca do espiritualista é a felicidade por meio de seus rituais e superstições.

A espiritualidade cristã, bíblica, ortodoxa difere do espiritualismo oriental. O homem espiritual, primeiro deseja ser santo em lugar de ser feliz, como escreveu A. W. Tozer:


A busca da felicidade, tão difundida entre os cristãos que professam uma santidade superior, é a prova suficiente de que tal santidade não se acha presente. O homem verdadeiramente espiritual sabe que Deus dará abundância de alegria no momento em que possamos recebê-la sem prejudicar a nossa alma, mas não exige obtê-la imediatamente. [4]


Assim com Tozer, Donald Gee, grande teólogo pentecostal do Século XX, escreveu sobre o fascínio da igreja atual pela busca primeira da felicidade e sua fraca espiritualidade tendenciosa a apostasia:


Pode ser que eu esteja errado, mas uma das coisas que percebo no reavivamento moderno é a grande tendência de manter a congregação feliz (...) se eu entendo a minha Bíblia, um reavivamento verdadeiro começa por fazer todos infelizes. A verdadeira felicidade começa com a infelicidade, com a preocupação dos pecadores. Outra coisa que me preocupa é a apostasia fácil hoje em dia. Meu receio é que da mesma maneira rápida como as pessoas vêm, elas se vão.[5]


Hoje é muito comum as pessoas buscarem o poder de Deus para se sentir bem ou com auto-estima. Buscam poder dos céus para se sentirem poderosos na terra. Essa é uma falsa espiritualidade. Nesse fascínio do prazer e hedonismo espiritual, as pessoas optam por práticas estranhas as Escrituras, como cantar “hinos” que parece mais uma “mantra” gospel ou se refugiam em retiros espirituais, onde as experiências novas e exóticas são valorizadas como um meio de comunhão com Deus. São cristãos que perderam o foco, pois trocaram o essencial pelo secundário.

A versão evangélica espiritualista é uma pessoa cheia de rituais, superstições e práticas estanhas ao Evangelho. O espiritualista gospel necessita de uma “fé” visível, palpável, ritualística; onde os “pontos de fé” são enaltecidos como um meio de alcançar bênçãos. São pessoas que restringem o relacionamento de Deus a situações espetaculares, vide a Bênção de Toronto.

O coração e o caráter cristão não é moldado em uma “reunião de avivamento”, ou com uma experiência espiritual instantânea. As experiências são capacitadoras para o serviço cristão, mas não moldam o caráter. Somente um relacionamento permanente, contínuo, sólido e baseado nas Escrituras, possibilitam o crente a desfrutar do Fruto do Espírito, que nada mais é do que o modus vivendi de Jesus sendo manifestado na vida do cristão. Então para ter o caráter de Cristo, não se deve buscar atalhos no espiritualismo, mas sim, continuamente permanecer em Cristo.

O espirituoso acha que ser espiritual é rezar em cima de milhos ou orar nos montes dos gravetos de fogo. O espirituosos definem espiritualidade pelo barulho, onde há muito barulho há muitos espirituais, por isso necessitam de um fé movida pelo espetáculos evangélicos e congressos shows, onde o circo é montado para entretenimento das massas.



b) espiritualidade não é o mesmo que legalismo.


Muitos confundem vida espiritual com legalismos. Pois se elas usam saias nos pés ou usam gravatas em todos os cultos, acham que isso é a essência da santidade. Legalismo é atribuir o favor divino e a salvação as obras praticadas. Infelizmente, há aqueles que acham que por “pagar o preço”, dos quais não são ordenados nas Escrituras, irão morar no céu ou alcançar bênçãos!

Ser espiritual não é ficar com “cara de piedoso” ou se restringir do bom lazer e saudáveis diversões. Ser espiritual não é usar saias nos pés e esquecer que a essência está na moderação. Ora, moderação é sinônimo de equilíbrio, portanto, quando Paulo (I Tm 2.9) e Pedro (I Pe 3.3) apelam para a moderação, eles estão apelando para o equilíbrio. Será que mini-saias ou roupas de muçulmanas é pautar pelo equilíbrio? Não seria esses os extremos perigosos da liberalidade e do legalismo? Esses extremos cortam uma verdadeira espiritualidade!

Há aqueles que pensam que ser espiritual é ter uma linguagem do “evangeliquês”. São pessoas que sempre usam chavões “bíblicos”, como chamar um irmão de “varão, bênção” ou vivem falando em voz de choro ou gritando com um desesperado.

O legalismo tenta moldar a espiritualidade para aspectos exteriores e não essenciais. Quando a bíblia adverte para um espírito quieto, humilde, moderado e um corpo com pudor e modéstia, o legalismo que medir os centímetros das roupas e definir que a beleza e o cuidado equilibrado do corpo não é importante. Ser legalista é um impedimento para verdadeira espiritualidade!


Continua...


Referências Bibliográficas:


01- ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. p 287.


02- GILBERTO, Antonio. Verdades Pentecostais. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.


03- STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2002. p. 1738


04- TOZER, A. W. Sinais do homem espiritual. Revista Obreiro. Rio de Janeiro: CPAD, ano 12, n° 48, Julho-Setembro, 1989, p 5.


05- GEE, Donald. Depois do Pentecostes. São Paulo: Editora VIDA. Cit. por GONÇALVES, José. Espiritualidade, Avivamento e Equilíbrio. Revista Manual do Obreiro. Rio de Janeiro: CPAD, ano 27, n° 29, Janeiro-Março, p. 40-45.